DOUTRINA DO HOMEM
A Criação do Homem
São coerentes e persistentes os ensinos da Bíblia sobre o caráter
paradoxal da natureza humana. De um lado, é “criado à imagem de Deus”, “pouco
abaixo da divindade” (Elohim), coroado “de glória e honra”, com “domínio sobre
as obras” das mãos de Deus. Por outro lado, “O Senhor Deus formou o homem do pó
da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida; e o homem se tornou um ser
vivente”.
O Velho
Testamento ensina a unidade da raça. O livro de Gênesis apresenta duas
explicações da criação do homem (1.26-30; 2.4-7,18-22). De acordo com a segunda,
que é geralmente considerada a mais antiga, Deus formou o corpo do homem do pó
da terra e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida, “e o homem se tornou alma
vivente”. Os animais também são denominados almas viventes (Gn 2.19);
Também os
animais são denominados almas ou
seres viventes. É verdade, que o
corpo do homem é composto dos elementos do pó, e neste sentido é semelhante aos
animais. Todavia, nesta história antropomorfa, o homem é distinguido dos
animais pela sua natureza moral, a responsabilidade de obedecer às ordens do
seu Criador. A mortalidade é sinal da sua natureza corrompida.
O homem, como
criatura, tem o privilégio e a responsabilidade de amar e servir ao seu Criador.
“Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é Um. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de
todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6.4,5). “Cessai de fazer
o mal, aprendei a fazer o bem; Procurai a justiça, restringi o opressor; fazei
a justiça ao órfão, defendei a causa da viúva” (Is 1.16,17).
A Natureza Religiosa do
Homem
O espírito é o
elemento humano que está mais aliado com Deus, e que tem o poder ou a
capacidade de receber a orientação divina e as influências benéficas do Espírito
do Senhor. É este espírito invisível que distingue o homem das outras criaturas
de Deus. O Velho
Testamento reconhece que o homem foi criado para Deus, e que não pode ser feliz
sem achar descanso no seu Senhor.
Características do
Pensamento do Homem do Velho Testamento
Crendo na
afinidade do seu espírito com o Espírito do Senhor e que forças de fora podiam
invadir o espírito humano, o hebreu julgava-se capaz de reconhecer a operação
do Espírito de Deus no seu coração e na sua vida. O modo de pensar do hebreu
era notavelmente teocêntrico. Reconhecia a interdependência do corpo e da
inteligência, sem se envolver em problemas de psicologia. Não entrava no seu
pensamento a idéia de que o pecado residisse na matéria ou na carne do homem. A
interdependência do corpo e do espírito também complicava, para ele, o problema
do seu destino depois da morte.
O Homem Criado é Imagem e à Semelhança do Deus
“A imagem” ou “a
semelhança de Deus” é mencionada apenas em Gênesis 1.26,27; 5.1 e 9.6. O
espírito do homem veio do Espírito de Deus (Gn 2.7), e isto explica a afinidade
do homem com o Espírito de Deus. A possibilidade
de comunhão entre Deus e homem depende absolutamente desta semelhança entre Deus
e o homem. Alguns pensam que a imagem divina significa apenas a autoridade do
homem sobre os animais. A mera
autoridade sobre os animais tem pouca importância em relação com a imagem
divina no ser humano. É em virtude de sua semelhança com Deus que o homem
recebe a promessa de autoridade sobre os Animais. A
imagem e a semelhança divina se acham na personalidade do homem. Deus se
apresenta como Pessoa através de todas as Escrituras do Velho Testamento. Há
duas características essenciais da personalidade: a consciência própria e a direção
própria. Podemos verificar, pelas Escrituras, que Deus e o homem têm as
seguintes características em comum: as faculdades de sentir, raciocinar e
querer. Deus tem estes poderes em absoluta perfeição. Nota-se, todavia, que ele
não precisa raciocinar, como nós, para descobrir a verdade por um processo de
lógica. A Bíblia nos revela o fato de que Deus freqüentemente ajuda os seus
mensageiros, no processo de raciocinar e esclarecer as mensagens divinas
dirigidas aos seus ouvintes (Sl 94.9; Amós 3.2; Is 1.18) e em todos os apelos à
inteligência do homem. O homem também tem afinidade com Deus na sua capacidade
de sentir emoções e entender, em parte pelo menos, o amor de Deus. Assim sendo,
a imagem natural entre Deus e o homem durará para sempre, porque o homem não poderá
jamais deixar de ser um espírito como Deus o é. Da mesma forma, a semelhança
natural entre Deus e o homem perdura sempre, porque o homem não poderá jamais
deixar de ser uma pessoa como Deus o é. O espírito no homem corresponde ao
Espírito do seu Criador, e é sustentado por Ele. Foi declarado que o espírito
do homem, o espírito que está nele, só ele conhece as coisas relacionadas com o homem, é,
portanto análogo ao Espírito Divino, que é o único que conhece as coisas de
Deus (1 Co 2.11).
Na
próxima semana teremos o estudo da Doutrina do Pecado: Pecado
Social, A Origem do Pecado, Conseqüências do Pecado e Influências do Pecado
Fonte: Pr. A. Carlos G. Bentes. DOUTOR EM
TEOLOGIA PhD em Teologia Sistemática American Pontifical Catholic University (EUA). O Pr. Bentes ministra aula no
Seminário Teológico Koinonia e Seminário Unitheo.
Um Abraço,
Pregador Jefferson Assis
Compromisso
com a obra de Deus e certeza do seu chamado!
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