"Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e guardá-lo-ei até o fim. Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei, e observá-la-ei de todo o meu coração." Salmos 119:34-35

DOUTRINA DO HOMEM

A Criação do Homem




São coerentes e persistentes os ensinos da Bíblia sobre o caráter paradoxal da natureza humana. De um lado, é “criado à imagem de Deus”, “pouco abaixo da divindade” (Elohim), coroado “de glória e honra”, com “domínio sobre as obras” das mãos de Deus. Por outro lado, “O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida; e o homem se tornou um ser vivente”.

O Velho Testamento ensina a unidade da raça. O livro de Gênesis apresenta duas explicações da criação do homem (1.26-30; 2.4-7,18-22). De acordo com a segunda, que é geralmente considerada a mais antiga, Deus formou o corpo do homem do pó da terra e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida, “e o homem se tornou alma vivente”. Os animais também são denominados almas viventes (Gn 2.19);

Também os animais são denominados almas ou seres viventes. É verdade, que o corpo do homem é composto dos elementos do pó, e neste sentido é semelhante aos animais. Todavia, nesta história antropomorfa, o homem é distinguido dos animais pela sua natureza moral, a responsabilidade de obedecer às ordens do seu Criador. A mortalidade é sinal da sua natureza corrompida.

O homem, como criatura, tem o privilégio e a responsabilidade de amar e servir ao seu Criador. “Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é Um. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6.4,5). “Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem; Procurai a justiça, restringi o opressor; fazei a justiça ao órfão, defendei a causa da viúva” (Is 1.16,17).

A Natureza Religiosa do Homem

O espírito é o elemento humano que está mais aliado com Deus, e que tem o poder ou a capacidade de receber a orientação divina e as influências benéficas do Espírito do Senhor. É este espírito invisível que distingue o homem das outras criaturas de Deus. O Velho Testamento reconhece que o homem foi criado para Deus, e que não pode ser feliz sem achar descanso no seu Senhor.

Características do Pensamento do Homem do Velho Testamento

Crendo na afinidade do seu espírito com o Espírito do Senhor e que forças de fora podiam invadir o espírito humano, o hebreu julgava-se capaz de reconhecer a operação do Espírito de Deus no seu coração e na sua vida. O modo de pensar do hebreu era notavelmente teocêntrico. Reconhecia a interdependência do corpo e da inteligência, sem se envolver em problemas de psicologia. Não entrava no seu pensamento a idéia de que o pecado residisse na matéria ou na carne do homem. A interdependência do corpo e do espírito também complicava, para ele, o problema do seu destino depois da morte.

O Homem Criado é Imagem e à Semelhança do Deus

“A imagem” ou “a semelhança de Deus” é mencionada apenas em Gênesis 1.26,27; 5.1 e 9.6. O espírito do homem veio do Espírito de Deus (Gn 2.7), e isto explica a afinidade do homem com o Espírito de Deus. A possibilidade de comunhão entre Deus e homem depende absolutamente desta semelhança entre Deus e o homem. Alguns pensam que a imagem divina significa apenas a autoridade do homem sobre os animais.  A mera autoridade sobre os animais tem pouca importância em relação com a imagem divina no ser humano. É em virtude de sua semelhança com Deus que o homem recebe a promessa de autoridade sobre os Animais. A imagem e a semelhança divina se acham na personalidade do homem. Deus se apresenta como Pessoa através de todas as Escrituras do Velho Testamento. Há duas características essenciais da personalidade: a consciência própria e a direção própria. Podemos verificar, pelas Escrituras, que Deus e o homem têm as seguintes características em comum: as faculdades de sentir, raciocinar e querer. Deus tem estes poderes em absoluta perfeição. Nota-se, todavia, que ele não precisa raciocinar, como nós, para descobrir a verdade por um processo de lógica. A Bíblia nos revela o fato de que Deus freqüentemente ajuda os seus mensageiros, no processo de raciocinar e esclarecer as mensagens divinas dirigidas aos seus ouvintes (Sl 94.9; Amós 3.2; Is 1.18) e em todos os apelos à inteligência do homem. O homem também tem afinidade com Deus na sua capacidade de sentir emoções e entender, em parte pelo menos, o amor de Deus. Assim sendo, a imagem natural entre Deus e o homem durará para sempre, porque o homem não poderá jamais deixar de ser um espírito como Deus o é. Da mesma forma, a semelhança natural entre Deus e o homem perdura sempre, porque o homem não poderá jamais deixar de ser uma pessoa como Deus o é. O espírito no homem corresponde ao Espírito do seu Criador, e é sustentado por Ele. Foi declarado que o espírito do homem, o espírito que está nele, só ele conhece as coisas relacionadas com o homem, é, portanto análogo ao Espírito Divino, que é o único que conhece as coisas de Deus (1 Co 2.11).

Na próxima semana teremos o estudo da Doutrina do Pecado: Pecado Social, A Origem do Pecado, Conseqüências do Pecado e Influências do Pecado

Fonte: Pr. A. Carlos G. Bentes. DOUTOR EM TEOLOGIA PhD em Teologia Sistemática American Pontifical Catholic University (EUA). O Pr. Bentes ministra aula no Seminário Teológico Koinonia e Seminário Unitheo.  

Um Abraço,

Pregador Jefferson Assis

Compromisso com a obra de Deus e certeza do seu chamado!

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