Cristologia Segunda Parte
A UNÇÃO DE JESUS E A DIVINDADE DE CRISTO
A UNÇÃO DE JESUS
2.2.4. A UNÇÃO DE JESUS
Como já vimos, o nome “Cristo”
significa “Ungido”. Uma pergunta que se faz necessária é: Quando Jesus foi
ungido? Entendemos biblicamente que Jesus Cristo foi ungido desde a eternidade;
há referências no Antigo Testamento que falam de sua capacitação eterna para o cumprimento
de sua obra (Is 11.2; 42.1; 61.1,2). Todavia, historicamente, tal unção teve lugar
por ocasião da geração e santificação do “Filho de Deus” em Maria (Lc 1.35) e também
no Batismo (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32; 3.34; At 10.38). A demonstração
histórica foi apenas uma representação visível daquilo que era eterno. Jesus, o
Cristo, fora eternamente capacitado por Deus para ser o Salvador de seu povo, comprando-o
com seu próprio sangue (At 20.28; 1Pe 1.18-20), cumprindo assim o Pacto da
graça, firmado entre o Deus Pai, como representante da Trindade, e o Filho, representando
o seu povo.
2.2.5. A CONSCIÊNCIA DE JESUS SER O
MESSIAS DE DEUS
“Ele lhes respondeu: Por que me
procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na
casa de meu Pai?” (Lc 2.49).
Muitos perguntam: “Se Jesus era de
fato o Messias e tinha consciência disso, por
que então ele não se autodesignou
assim?”.
Raramente Jesus se designou como
Cristo de Deus, por certo para evitar o mal entendido que seu emprego teria
provocado. O povo judeu aguardava de modo especial um Messias militar; se Jesus
proclamasse ser o Cristo (Messias), seria o mesmo que convidar o povo a
interpretações das mais diversas, e, o pior, todas erradas. Se Jesus, procedendo
com cautela, não impediu que houvesse sentimentos “messiânicos” por parte do
povo em momentos de euforia de “barriga cheia” (cf. Jo 6.11-15); se ele agisse
de forma diferente, dizendo ser o Messias, “todo judeu que ouvisse a palavra
ficaria a pensar em termos duma eventual revolta contra Roma e da gloriosa
consumação quando o império judeu substituiria o romano”.
Todavia, Jesus, em algumas ocasiões –
atestando a consciência que tinha de ser o
Messias -, identificou-se como o
Cristo (Mc 9.41; Lc 24.44-49); não se esquivou de tal
identificação (Lc 7.19-22; Mc 8.29;
14.61,62; Mt 16.16,17) – ao contrário de João Batista que quando inquirido
disse não ser o Cristo (Jo 1.19-27) -, embora ordenasse a seus discípulos que
não contassem isso a ninguém (Mc 8,29,30; Lc 9.20-22), usando para si mesmo a
expressão “Filho do Homem”, como no contexto de Lucas, equivalente a “Cristo”
(Lc 9.20-22; 24.44-49). Algo que nos chama atenção é o fato de que após a confissão
de Pedro e a proibição de Cristo de não se divulgar ser ele o Messias, “Desde
esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era
necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos
principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia”
(Mt 16.21. Cf. também Mc 8.31 3 Lc 9.22). No texto grego fica
evidenciado, para Jesus, o Messias não era o caminho da glória, fama ou poder,
mas, sim, da dor, do sofrimento, da humilhação, do abandono e da ressurreição,
conferindo assim à palavra um significado superior jamais imaginado por um judeu.
A condenação de Jesus se deve ao fato
de ser ele acusado de querer passar por
Cristo (cf. Mt 26.63,64,68; Mc
14.61-64; Lc 22.66-71); sua crucificação demonstra de
forma cabal que ele não quis contrariar
a realidade desta acusação, assumindo, quer por
palavras, quer por eloqüente silêncio,
à realidade de ser o Messias!
2.2.6. O TESTEMUNHO DOS PRIMEIROS
CRISTÃOS
Simeão, pelo Espírito de Deus, reconheceu no bebê de
pouco mais de quarenta dias,
chamado Jesus, “o Cristo do Senhor”; proferindo então um
poema profético (Lc 2.25-35).
A piedosa profetisa Ana tem o mesmo sentimento quanto
àquela criança (Lc 2.36-38).
A visão messiânica dos escritores do Novo Testamento é
uma visão cristológica; em outras palavras: para eles, Jesus é o Cristo. A
confissão de Pedro é a confissão da Igreja, que por obra do Pai reconhece e
professa a identidade do Filho (Mt 16.13-17; 11.27). Por isso, os primeiros
cristãos fazem de “Jesus, o Cristo”, sua primeira confissão de fé, e “todos
os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar
Jesus, o Cristo” (At 5.42). O messianismo já era uma realidade vivencial
para os discípulos. Os escritos, sem dúvida, também olham para o futuro, e às
vezes de modo intensivo, mas Aquele que é aguardado virá como sendo Aquele que
já veio. Não é uma pessoa desconhecida àqueles que o aguardam. Ele é tão bem
conhecido por eles, como eles são para ele (Jo 10.14). O título Messias
(Cristo) tornou-se logo um nome próprio. Jesus passou a ser chamado Jesus
Cristo ou Cristo Jesus, indicando desse modo o reconhecimento pleno da Igreja
de que Jesus é o Cristo.
JESUS CRISTO: UMA PESSOA TEANTRÓPICA
AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO:
DEFINIÇÃO DOS TERMOS “NATUREZA” E “PESSOA”. Com vistas à
adequada compreensão da doutrina, é necessário saber o sentido exato dos termos
“natureza” e
“pessoa”, como são empregados neste contexto. O termo
“natureza” denota a soma total de todas as qualidades de uma coisa, daquilo que
faz uma coisa ser o que é. Uma natureza é uma substância possuída em comum,
incluindo todas as qualidades essenciais da referida substância. O termo
“pessoa” denota uma substancia completa, dotada de razão e, conseqüentemente,
um sujeito responsável por suas ações. A personalidade não é parte essencial e
integrante da natureza mas é, por assim dizer, o término para o qual ela tende.Uma
pessoa é uma natureza acrescida de algo, a saber, uma subsistência ou
individualidade independente. Pois bem, “o Logos assumiu uma natureza humana
não personalizada, que não existia por si mesma”.
A
DIVINDADE DE CRISTO
A Bíblia declara e demonstra com
clareza que Jesus Cristo é Deus. Vejamos o que a Palavra nos diz a respeito: Sua
Divindade Profetizada:
Sl 45.6,7: “O teu trono, ó Deus,
é para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. Amas a justiça
e odeias a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de
alegria, como a nenhum dos teus ompanheiros”.
quem vós desejais; eis que ele
vem, diz o SENHOR dos Exércitos”.
SUA DIVINDADE
RECONHECIDA:
Pelo Pai e pelo
Espírito Santo:
Mt 3.16,17: “Batizado Jesus, saiu
logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é
o meu Filho amado, em quem me comprazo”.
Por Ele Mesmo:
Mt 11.27: “Tudo me foi entregue
por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai,
senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.
(Leia ainda: Mt 25.31; 27.63-65; 28.18; Jo
5.17,18; 6.37-40,57; 8.34-36;
10.17,18,30-38; 14.7-9; 19.7).
Por Seus
Discípulos:
Jo 1.1-3,14: “No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio
com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do
que foi feito se fez. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de
graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”.
(Leia ainda: 1Co 2.8; 2Co 12.8,9; Cl 2.9;
1.19; 1Tm 3.16; Tt 2.13).
Pelos Próprios
Demônios:
Mt 8.29: “E eis que gritaram: Que
temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes de tempo?”.
Mc 1.23,24: “Não tardou que aparecesse
na sinagoga um homem possesso de
espírito imundo, o qual bradou:
Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és:
o Santo de Deus!”.
Na próxima semana vamos abordar a Terceira Parte do estudo de Cristologia: A
HUMANIDADE DE CRISTO E OS OFÍCIOS DE CRISTO.
Um Abraço,
Pregador Jefferson Assis
Compromisso
com a obra de Deus e certeza do seu chamado!
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